Falando sobre metaversos em entrevistas à imprensa, em reuniões com clientes da Pixit e em conversas com profissionais de tecnologia ou com amigos, sempre um tema é levantado: óculos de realidade virtual, também chamados de HMD (head-mounted display).
Sempre comento que a exploração de metaversos não está necessariamente ligada a esse tipo de óculos, ao menos por enquanto. Nas plataformas que criamos na Pixit, as principais características imersivas e de interação de metaversos já estão disponíveis via celular ou computador, sem precisar do equipamento.
Assim como já foram o videocassete, o CD, o DVD, os tantos tipos de TV e os celulares, esses óculos serão ainda os eletrônicos da vez, mas isso não será hoje e nem amanhã. Arrisco dizer que o boom deles deve ocorrer daqui cerca de três a cinco anos.
Já existem vários tipos de óculos do gênero, com diferentes níveis de sofisticação (e de preços!), mas é preciso que eles evoluam em alguns pontos, como o conforto. Colocar óculos de realidade virtual e usá-los por meia hora é muito diferente de permanecer horas com eles. Eles pesam (uns mais, outros menos) e também nos fazem suar no rosto. A questão do peso já vem evoluindo muito, com opções cada vez mais leves.
Outro ponto importante que vem evoluindo tem a ver com as questões ópticas. Seria inocência acreditar que, com os óculos, nossa visão se comportaria da mesma forma que ocorre no mundo físico. Dependendo do modelo de óculos, o risco de, após horas de uso, ter uma dor de cabeça daquelas é quase certo.
Para quem usa óculos de grau já há soluções, por meio de HMD com regulagem manual ou automática de correção de dioptria (a correção de grau). A regulagem manual, porém, não é precisa e a tarefa de regular pode ser difícil para alguns usuários.
Apenas como ilustração, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 35 milhões de brasileiros sofrem de algum problema de visão, o que representa por volta de 16% da população. Isso evidencia a importância de a tecnologia dos HMD levar questões como a dioptria em conta.
Esses pontos que mencionei e que precisam evoluir estão sendo trabalhados pelos grandes players do setor, mas toda evolução leva um certo tempo até o amadurecimento.
Porém, é importante reforçar que a exploração de metaversos vai muito além do uso ou não desses tipos de óculos. As plataformas digitais 3D e com navegação em 360° já oferecem possibilidades de imersão e interação evoluídas, muito além dos sites. Indico então a exploração de metaversos hoje, agora.
Afinal, como diz a famosa música d’Os Paralamas do Sucesso, da época do videocassete: “eu não nasci de óculos, eu não era assim, não”.